Dados recentemente vindos a público dão conta de que, no ano passado, desapareceram 50 mil pequenas empresas. As perspectivas que se desenham para o ano em curso apontam para o prosseguimento deste mesmo desastroso panorama.
Não existe, naturalmente, uma só razão. Mas existe um eixo fundamental: a execução de uma política de privilégio para os grandes grupos económicos, para o capital financeiro, e o desprezo pelos pequenos empresários e pelos trabalhadores.
Isto é, a execução de uma política que beneficia uma minoria e penaliza a imensa maioria.
Tal conclusão conduz a uma verdade cada vez mais irrefutável: as micro e pequenas empresas, fruto desta política que com protagonistas diferentes tem sido sucessivamente implementada, são cada vez mais esmagados pelo grande capital e o seu crescente domínio, seja enquanto contratadores – casos das subcontratações ou do aprovisionamento de grandes grupos de distribuição, seja enquanto fornecedores de serviços – banca, seguros, etc.
O aumento do preço do petróleo e dos cereais e a onda de choque da denominada crise do mercado imobiliário dos EUA (que na verdade é a troca dos baixos salários por crédito fácil) constituem um cenário fortemente preocupante.
A verdade é que existe menos Estado para proteger os trabalhadores, para assegurar a saúde, as pensões e as reformas, para apoiar os pequenos empresários, mas existe o Estado que for preciso para proteger os interesses dos grandes grupos económicos e a banca. Eis mais uma importante conclusão.
O júbilo com que são anunciadas mais e mais grandes superfícies e a pressão que está a ser desenvolvida, pelo grande capital deste sector, para a abertura do comércio ao domingo, pressão essa que usa os mais diversos e execráveis meios para atingir os fins, somará acrescidos problemas, nomeadamente ao pequeno comércio.
É preciso, como temos dito, dizer: Basta! Chega do mais do mesmo.
in Barlavento
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