sábado, 31 de maio de 2008
Fuego na oficina
Uma reluzente e vermelhinha Sachs Fuego.
Com um salto sobre a alavanca de ignição, Jack pôs o bicho a funcionar.
Um troar nada meigo dos festivos cilindros prenunciou então uma descoberta.
-“Puto, mas esta Sachs tá quitada?”
-“Claro que tá, achas que eu ia pensar numa Sachs normal? Na minha terra toda a gente tem as motas ratadas. Pensei numa V5 com escape livre, admissão directa e jantes 16″ sem raios para poupar no peso e toda em carbono!!! Mortal! Deixas-me conduzir Jack?”
-“Não, tu ainda és muito novo, vais à pendura.”
E foi assim que o Fritz e o terrorista irlandês se lançaram em direcção à montanha, ao pôr-de-sol místico onde encontrariam o castelo do Peter, Feiticeiro de Alkmaar, que lhes havia de mostrar o caminho de casa.
A pestilenta, mas potente mota arrancou num soluço. "Ok, cuidado aí com aquela lomba.” Então o Fritz imaginou que quando passassem a lomba a mota levantaria voo, invejosa das estrelas.
A pequena Sachs Fuego voou e o Fritz agarrou-se com força ao Jack.
A última coisa que o pequenino Fritz disse, antes que a Sachs se espatifasse contra uma árvore, foi a lendária frase dos destemidos motociclistas ribatejanos, aqueles a quem Mercúrio inveja as Asas, onde alguém sempre diz perante o novo mundo que se vislumbra entre o silêncio do céu o pó da terra e a fúria do som de uma mota desgovernada, “Já estás!”
E foi assim que a Fuego foi parar à oficina, às portas de Lagos...
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1 comentário:
O reporter mostra o seu nervo de aço.
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