Quando um amigo desaparece, e quando gostamos dele de verdade, guardamo-lo para sempre no coração.
É sabido que o primeiro carro é como o primeiro amor. Nunca se esquece, e dificilmente se substitui.
A verdade é que eu destrui o nosso querido e fiel Twingo, num acidente parvo que poderia ter custado a vida a mim e ao meu amigo e colega Igor. Felizmente, saímos ambos ilesos.
Circulávamos depressa na A22 de madrugada. Tinhamos todos pressa de chegar a casa - eu, o Igor e o twingo, que como sempre, esforçava-se para me agradar.
Às tantas, um dos pneus que comprei como sendo novos ao Peter Mack, oficina de rodas entre Olhão e Tavira, rebentou. Ouvimos uma explosão. Na verdade, o pneu era recauchutado (ver foto).
Depois, só sei que o Twingo salvou-nos a vida. Parou em questão de meia dúzia de metros.
Ainda hoje, nem sei como. As marcas do acidente ainda lá estão, violentas, passadas 3 semanas.
O Twingo ainda não tinha 100 mil quilómetros. Levou-nos a Múrcia, a Peniche, a todo o lado onde quisémos ir. Foi buscar a minha filha recém-nascida ao hospital. Era irreverente, ultrapassava qualquer topo-de-gama alemão arrogante com facilidade e gozo.
Tinha um tecto de abrir incrível. Enfim. Era cool de verdade. Ah, o rádio não tocava mas também, gostavamos tanto dele e da sua companhia, que nem era preciso ouvir música.
Ficou todo partido. Duvido que na sucata possam aproveitar grande coisa.
Até sempre, amigo. Não te vou esquecer. Obrigado pelo teu sacríficio e desculpa.