quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Faro, (não) viver a ria


«Faro, viver a Ria» é o tema do 1º Concurso de Arte Fotográfica do Município de Faro, que se destina a todos os fotógrafos do concelho ou visitantes residentes em Portugal.

Vivo em Faro há 13 anos.

Para mim, tal como para milhares de outras pessoas que aqui habitam, infelizmente, a ria pouco é mais do que aquela paisagem fantástica em tons de azul que se vê do cimo de alguns prédios da cidade, mas que é impossível alcançar.

Por isso, pergunto-me. Quem, afinal, é que vive a ria em Faro?

Será a meia dúzia de nómadas que se instalaram no triste "passeio ribeirinho", um carreiro abandonado atrás dos supermercados e Akis, que mais não passa de um amontoado de lixo e serve de morada a famílias "étnicas" cujos cães mordem quem quer que se aproxime ao mesmo tempo que as suas proles atiram pedras?

Será uma minoria de pessoas com possibilidades para dispor de uma embarcação de recreio privada (0,000000001% da população farenses) na doca?

Serão os jovens e outros ciclistas doidos o suficiente para pedalar ao largo de estradas onde o preço pela paisagem paga-se muitas vezes com a vida?

Serão as pessoas que para disfrutarem da ria e terem algum lazer a pé, se aventuram em caminhos privados onde há sinais a dizer que não são bem-vindos?

Será o POLIS, futuro fracasso e caldeirão de fiascos que se avizinha, como aliás acontece por todo o Portugal, um país de pedantes, oportunistas gananciosos, prepotentes e corruptos que não sabem o que é trabalhar para a comunidade - que é na verdade é uma imensa mole de desgraçados e coitadinhos?

Ou serão os empreeiteiros que todos os dias fazem discargas ilegais de entulho das obras atrás do aeroporto?

Viva Faro, viver a Ria. De preferência ao longe...

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