As motorizadas Diana eram fabricadas em Sangalhos (freguesia portuguesa do concelho de Anadia, Aveiro) pelos armazéns "Fausto Carvalho".
Uma das características que distingue estas relíquias é o curioso logotipo, que parece saído de um episódio do Flash Gordon, ou qualquer outro herói de ficção científica dos anos 50. Uma flecha, um arco, um cometa e um homem voador. Será que o criador era fã astronomo ou fã da aeronáutica? Ou imaginara chegar às estrelas nestas fantásticas máquinas de duas rodas?
Talvez a resposta nunca se saiba. Mas consta que que em anos de muitas vendas, o fabricante de Sangalhos não tinha capacidade de produção para dar resposta às encomendas.
Assim, para dar conta do recado, recorria frequentemente aos serviços de outros fabricantes. Isto explica o facto de existirem Dianas fabricadas pela Macal, pela EFS e por outras marcas.
Segundo um antigo funcionário da Diana, citado num forum de entusiastas, diz que devido à falta de máquinas apropriadas para curvar o tubo do quadro, os operários recorriam ao enchimento dos mesmos com areia, aqueciam-nos ao rubro com um maçarico de gás propano e pressionavam-nos contra um molde.
A ser verdade, mostra que na revolução industrial lusa, o engenho mais importante é sempre o improviso. E também prova que o choque tecnológico já é uma coisa antiga.
Muitas Dianas foram fabricadas na Rua do Comércio Sangalhos (EN 235). Anos mais tarde, foram as instalações foram ocupadas pelos armazéns "Castros & Moura", distribuidores das bicicletas e motorizadas Marvil e importadores das inglesas Raleigh!
Neste momento, encontram-se desactivadas, tal como quase todo o tecido produtivo nacional, quais templos de Diana de um país improdutivo.
Pelo contrário, e para bem das futuras gerações de motociclistas, esta Diana recusa-se a ser desactivada. Talvez um dia chegue às estrelas!
3 comentários:
Boas
Também tenho uma diana e de momento estou a restaurá-la.
Faltam-me no entanto algumas peças: Varões laterais que são fixados onde també m se fixam os amortecedores, o stop, os 4 símbolos do depósito (o de borracha e o de metal) e o símbolo do guarda-lamas dianteiro. Tem algum contacto onde eu possa arranjar estes elementos? Obrigado
Sérgio Cruz (smlobos@gmail.com)
Caro amigo Sérgio. infelizmente não posso ajudá-lo, este é um blog sem apetrechamento prático, de não especialistas. O nosso fito é muito simplesmente tirar fotografias e escrever uns textos o mais livres possível.
Também possuo uma Diana toda original sem restauro apenas mantida a sua conservação do ano 1964 com motor Zündapp 3 velocidades .
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