domingo, 30 de março de 2008
Drop dead gorgeous!
Vou agora fingir que estou a descansar. Estou com certo medo de atravessar a ponte de Odeceixe depois deste pão c/ chouriço e do palhete no tasco de S. Miguel.
Trio maravilha
Aljezur nos idos de Março antes de atravessar o Rubicão. Ali estava fenomenalmente artilhada, à porta do mercado onde fomos banhados com as sardinhas, a "Montesa amarela" do Ti Gregório. Mais acima igualmente apetrechada com pala e para-vento a mota do Sr. Gumersindo, avô da moça que faz as empadas do Rogil, a fazer figura à frente do matavelhos do Ti Arnaldo. Mais tarde a comum Macal azul do Sacristão-mestre, o Sr. Reis, que já faz 15 dias que não sai da igreja por causa dos serviços da Páscoa...
Don Vito Corleone
Poderia ser um siciliano típico. Um membro da familía Corleone. Um indivíduo cujo sangue fervilha nas veias. E que nem os óculos escuros conseguem disfaçar o olhar fulminante, frio e calculista de quem é capaz de limpar o sarampo ao vizinho com a mesma facilidade que corta pizzas e salames às fatias. As nossas suspeitas baseiam-se no protesto contra a nossa objectiva. E uma observação mais atenta a esta mota, revela que algo aqui que não bate certo.
Entre a ferrugem e os sinais de desgaste provocados pelos caprichos do clima mediterrânico, brilha um assento novinho em folha. Porquê?
Seria o antigo, a prova de um crime, quiça passional? Estaria embebido em sangue de uma qualquer vítima dos maus fígados do motociclista? Terá sido uma prova a destruir? Estará o assento original desta casal enterrrado algures na serra de São Brás de Alportel, num recanto escondido, onde nem o jipe da GNR local chegava quando era novo em folha?
Por outro lado, a cena também nos remete inevitavelmente para outros clichés. Poderia bem ser uma personagem de Fellini, na ressaca de uma tórrida cena de cíumes à boa maneira latina, após uns arrufos com a mais bela e fatal da aldeia...
A única coisa que podemos dizer com alguma certeza é que se trata de uma Casal k181. Um modelo bem português cuja produção começou em 1969. Na altura, o design já era bastante desactualizado (ou não fossem os portugueses um povo conservador).
O quadro era feito em fundição injectada. Existiram pelo menos duas versões. O modelo especial (K181 S) trazia uma pintura a preto e o depósito cromado. A versão standart trazia uma pintura característica em azul e branco.
Esta traz uma lancheira em palhinha. Perfeita para esconder a navalha...
Templo de Diana
As motorizadas Diana eram fabricadas em Sangalhos (freguesia portuguesa do concelho de Anadia, Aveiro) pelos armazéns "Fausto Carvalho".
Uma das características que distingue estas relíquias é o curioso logotipo, que parece saído de um episódio do Flash Gordon, ou qualquer outro herói de ficção científica dos anos 50. Uma flecha, um arco, um cometa e um homem voador. Será que o criador era fã astronomo ou fã da aeronáutica? Ou imaginara chegar às estrelas nestas fantásticas máquinas de duas rodas?
Talvez a resposta nunca se saiba. Mas consta que que em anos de muitas vendas, o fabricante de Sangalhos não tinha capacidade de produção para dar resposta às encomendas.
Assim, para dar conta do recado, recorria frequentemente aos serviços de outros fabricantes. Isto explica o facto de existirem Dianas fabricadas pela Macal, pela EFS e por outras marcas.
Segundo um antigo funcionário da Diana, citado num forum de entusiastas, diz que devido à falta de máquinas apropriadas para curvar o tubo do quadro, os operários recorriam ao enchimento dos mesmos com areia, aqueciam-nos ao rubro com um maçarico de gás propano e pressionavam-nos contra um molde.
A ser verdade, mostra que na revolução industrial lusa, o engenho mais importante é sempre o improviso. E também prova que o choque tecnológico já é uma coisa antiga.
Muitas Dianas foram fabricadas na Rua do Comércio Sangalhos (EN 235). Anos mais tarde, foram as instalações foram ocupadas pelos armazéns "Castros & Moura", distribuidores das bicicletas e motorizadas Marvil e importadores das inglesas Raleigh!
Neste momento, encontram-se desactivadas, tal como quase todo o tecido produtivo nacional, quais templos de Diana de um país improdutivo.
Pelo contrário, e para bem das futuras gerações de motociclistas, esta Diana recusa-se a ser desactivada. Talvez um dia chegue às estrelas!
quinta-feira, 27 de março de 2008
Wazundap?
quarta-feira, 26 de março de 2008
domingo, 23 de março de 2008
Perfecta ma non troppo
Motor 49.9 cm3, 3 velocidades. A Perfecta não era mais um modelo FAMEL. Consta que se tratava de uma marca de um Stand/Montador da cidade do Porto. Um empresário, que tal como muitos outros que existiam um pouco por todo o país, compravam elementos de diversos fabricantes e faziam o seu próprio modelo. Encontrámos esta perfecta no interior do concelho de loulé, em plena serra do Caldeirão. Do Porto para todo o mundo português...
sábado, 22 de março de 2008
Em Lagoa, toda a motorizada é boa!
A macal M70 é um dos modelos mais bonitos da industria nacional. Foi produzida em diversas versões e tem alma desportiva (basta ver o xadrez no emblema).
Muitas foram equipadas com um pujante motor Zundapp de 5 velocidades. Na foto, pudemos ver que exibe alguns extras de segurança activa/ passiva, detalhes que reforçam a apetência da M70 para a velocidade.
Por exemplo, o excelente espelho retrovisor no punho esquerdo e uma luminosa luz traseira de plástico inquebrável.
E em termos de equipamento pessoal, o piloto desta M70 usa, e muito bem, um penico de plástico vermelho, perfeitamente homologado para competição, conforme demostram as oportunas asas e a sigla "ST".
Contudo, e como Portugal é um país onde a velocidade nem sempre é necessária, esta M70 tem acessórios que a podem transformar numa verdadeira utilitária.
Para optimizar a sua versatilidade, quer em cenário rural ou na aldeia, basta desenroscar o tampão do depósito de combustivel e pendurar comodamente qualquer saco de plástico com as compras da praça.
Depois é só seguir viagem pela estrada fora até à meta.
Muitas foram equipadas com um pujante motor Zundapp de 5 velocidades. Na foto, pudemos ver que exibe alguns extras de segurança activa/ passiva, detalhes que reforçam a apetência da M70 para a velocidade.
Por exemplo, o excelente espelho retrovisor no punho esquerdo e uma luminosa luz traseira de plástico inquebrável.
E em termos de equipamento pessoal, o piloto desta M70 usa, e muito bem, um penico de plástico vermelho, perfeitamente homologado para competição, conforme demostram as oportunas asas e a sigla "ST".
Contudo, e como Portugal é um país onde a velocidade nem sempre é necessária, esta M70 tem acessórios que a podem transformar numa verdadeira utilitária.
Para optimizar a sua versatilidade, quer em cenário rural ou na aldeia, basta desenroscar o tampão do depósito de combustivel e pendurar comodamente qualquer saco de plástico com as compras da praça.
Depois é só seguir viagem pela estrada fora até à meta.
sexta-feira, 21 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
FAMEL
http://www.famel.blogspot.com/ sítio mais especializado tipo manual de instruções destas motos, restauros, história, links, etc.
Na Wikipédia:
A FAMEL era um empresa forte, sediada em Águeda-Portugal. Ficava mais propriamente na agora vila de Mourisca do Vouga. Dos pavilhões e seus bonitos jardins resta agora um edifício degradado, com mau aspecto e com uma autêntica floresta no lugar das palmeiras e dos cuidados relvados. Há relatos de pessoas que visitaram os interiores que não são de facto os melhores. Peças partidas, dejectos humanos, botas e vestuário fabril, etc, etc. Tudo abandonado ao sabor do que o tempo se encarrega de fazer... Lamentável! Desta empresa saíram das mais belas motorizadas de fabrico nacional. Das nostalgicas "Carriça", "Foguetão" ou "Foguete" à futurista para a época "Electron", passando claro está pela espectacular FAMEL Xf17! Fizeram as delicias da juventude de pelo menos quatro décadas. É de recordar com saudade os tempos em que todos tinham como meio de transporte a motorizada, fosse FAMEL ou qualquer outra marca. Estes pequenos e aparentemente frágeis veículos de 2 rodas e motor maioritariamente Zündapp de 49,9 cm3, ajudaram a fazer crescer muitas famílias, muitas casas e também Portugal. Este mesmo Portugal teve uma quota parte bem significativa no encerramento destas industrias e a meu ver, foi mesmo o maior responsável pelo encerramento da FAMEL. Corria o ano de 1997 e a FAMEL tinha um projecto revolucionário na manga. Era a "Electron", uma scooter eléctrica, desenvolvida em parceria com a Efacec e que parecia ter tudo para vingar no mercado. O governo não criou a legislação necessária e a empresa já com enormes dificuldades devido à concorrência externa e ao fim das licenças de condução para velocípedes que o mesmo fez questão de determinar, não aguentou e encerrou as suas portas. É esta a breve história da FAMEL, Fábrica de produtos metálicos, Lda. Águeda.
Todos temos de nos empenhar na salvação das unidades existentes por esse Portugal. Se não tivermos posses para as restaurar, pelo menos cuidemos delas tal como estão. É a nossa história que está em jogo.
Todos temos de nos empenhar na salvação das unidades existentes por esse Portugal. Se não tivermos posses para as restaurar, pelo menos cuidemos delas tal como estão. É a nossa história que está em jogo.
Variedades
Caçador de motos
quarta-feira, 19 de março de 2008
Super Triciclo GT
Sempre fiéis e bem adaptados ao tecido laboral português, não há trabalho, nem caminho, por mais duro e ruím que seja, que assuste este tipo de triciclos. Este modelo continua a trabalhar com o mesmo empenho da juventude, provando que ainda tem muito para dar debaixo da ferrugem. Está equipado com uma bagageira generosa, por onde já passou muito fardo de palha e saca de alfarroba. Tem ainda uma super grelha de arame cuja função não conseguimos apurar.
terça-feira, 18 de março de 2008
O seu a seu dono
3 triciclos
EFS
Ode
Na bomba em Monchique
segunda-feira, 17 de março de 2008
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