segunda-feira, 31 de maio de 2010
Easy riding
SE
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
So long Dennis Hopper
sábado, 29 de maio de 2010
Realmente
Em tempos que já lá vão a realidade ultrapassava a ficção.
Adérito Cupertino Gonçalves viu uma oportunidade única de se colar às tendências neo-vanguardistas que pululavam festivamente nos grandes centros urbanos para se afirmar perante os complexos da sua sociedade anónima.
Mutações do visível
http://www.paoerosas.com.br/Mutacoes_do_visivel_Denis%20de%20Moraes_PrimeirasPaginas.pdf
A coisa não tinha jeito de mudar, não dava sinais nenhuns de progresso nem de positivo empenhamento que pudesse elencar uma determinada reserva de criatividade e sonho para, em conjunto, lutarem pelas valências do melhor que os seus carácteres poderiam fazer. De um lado Sidónio Massapina Rato um homeopata aprendiz com jeito para a discussão filosófica em torno da técnica do losango bem como um comprometido apreciador de lagostins de rio; e do outro Américo Balbino de Castro Mendes insigne projeccionista e literato de fino recorte, muito dado ao romance estatístico e à geometria das trajectórias, ele também um querido confrade do bitoque à café.
Degladiavam-se surdamente num pasquim situacionista com pendor atlantista à um bom par de anos sem saberem muito bem os motivos, mas uma certa cortina de intransigência havia-se levantado e agora eram o que se costuma dizer opositores figadais. A bem da nação porventura.
A coisa não tinha jeito de mudar, não dava sinais nenhuns de progresso nem de positivo empenhamento que pudesse elencar uma determinada reserva de criatividade e sonho para, em conjunto, lutarem pelas valências do melhor que os seus carácteres poderiam fazer. De um lado Sidónio Massapina Rato um homeopata aprendiz com jeito para a discussão filosófica em torno da técnica do losango bem como um comprometido apreciador de lagostins de rio; e do outro Américo Balbino de Castro Mendes insigne projeccionista e literato de fino recorte, muito dado ao romance estatístico e à geometria das trajectórias, ele também um querido confrade do bitoque à café.
Degladiavam-se surdamente num pasquim situacionista com pendor atlantista à um bom par de anos sem saberem muito bem os motivos, mas uma certa cortina de intransigência havia-se levantado e agora eram o que se costuma dizer opositores figadais. A bem da nação porventura.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Um agente no Minho
Esta motorizada tem história, pois pertence a um antigo funcionário da EDP e que lhe foi fornecida pela firma para com ela se deslocar para a electrificação do Alto Minho. Tem dois lugares para que ele e o ajudante se transportassem para Melgaço, Monção, Valença, Paredes de Coura, etc., etc., tendo feito milhares de kilometros. Passados alguns anos, foi adquirida por este funcionário á EDP. Ainda hoje e passados trinta e cinco anos, é o seu meio de transporte dominical, o que ele e a esposa, muito gostam como se fosse o melhor veículo do mundo.
Captações em Caminha pelo recém nomeado agente/comendador mestre Humberto Mesquita.
sábado, 22 de maio de 2010
Modelo de luxo nas traseiras do bairro
Uma bela e linda motorizada. Atende com total descrição e segurança. Somente para quem têm bom gosto e nível....massagens e acessórios. Experiente. Completa. Simpática. Olá, venha se divertir comigo...Sou meiga e sem tabús, extremamente desinibida para satisfazer as tuas fantasias mais loucas...
No man's land
As marcas do silêncio doíam como uma cicatriz que se recusava a sarar mas Dinarte Lourenço de Jesus Trovoada continuava a sua saga de coleccionador compulsivo contra tudo e contra todos.
Além disso eram particularmente comoventes as suas interpretações de canções a capella quando se sentia mais só.
He's a real nowhere man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere Man,the world is at your command!
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere Man can you see me at all?
Nowhere Man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
lends you a hand!
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
you don't know what you're missing
Nowhere Man, the world is at your command!
He's a real Nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
Além disso eram particularmente comoventes as suas interpretações de canções a capella quando se sentia mais só.
He's a real nowhere man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere Man,the world is at your command!
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere Man can you see me at all?
Nowhere Man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all till somebody else
lends you a hand!
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere Man please listen,
you don't know what you're missing
Nowhere Man, the world is at your command!
He's a real Nowhere Man,
Sitting in his Nowhere Land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
sábado, 15 de maio de 2010
Tripar
Carga máxima e peçonha à farta, o casco já começou a dar de si, mas um dente de alho tipo pastilha e dois paracetamois para o buxo e bastante sorte fizeram que o dito cujo que vos envia estas postas de pescada do atlântico sul pudesse andar na estrada ontem noite e dia no barlavento e hoje toda a manhã até à rolha do almoço no sotavento, en passant ou en movement click click que amanhã é dia de maratona fotográfica e vou faltar, noblesse oblige.
FFFFFFFF ónix
"Estava tudo a correr pelo melhor: o joelho estava quase curado, o Benfica tinha sido campeão, o santo padre foi uma revelação em Portugal, a Senhora de Fátima mais uma vez linda saiu para a rua para arejar as alminhas e vai daí o estado vilão toca a juntar-se ao companheiro de rumo (desgovernado) e vai de cartuchar a malta com impostos e mais encaroçamentos comunitários para pagar o tal déficite cuja culpa é de nós todos e do nosso viver acima das possibilidades. Mas que acima das possibilidades? Escravos das decisões europeias, amordaçados pela mordaça da nossa impotência, minguados pela inércia colectiva, dilacerados por um saco de gatos político, vilanizados por aldabrões sem escrúpulos, importadores compulsivos, desorganizados até á quinta potência, dámos por nós num abismo voraz que quer triturar, moer, desfazer..."
Triste com as palavras que compunha no seu diário Urgel Schreck Lopo de Almeida Carmona Frazão do Horto Barriga Mourinho Van-Zeller avançou para um copito de palhete da sua produção para afogar mais umas mágoas metediças.
"Mas a solução até existe: fazer piquenicões como se não houvesse amanhã e ir dando o resultado da quermesse para o Sócras ajudar a pagar o tal do cabrão do déficite!" volveu ele já revigorado.
Triste com as palavras que compunha no seu diário Urgel Schreck Lopo de Almeida Carmona Frazão do Horto Barriga Mourinho Van-Zeller avançou para um copito de palhete da sua produção para afogar mais umas mágoas metediças.
"Mas a solução até existe: fazer piquenicões como se não houvesse amanhã e ir dando o resultado da quermesse para o Sócras ajudar a pagar o tal do cabrão do déficite!" volveu ele já revigorado.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Papamobile
Há uma estética na Igreja Católica feia e ridícula, presa que está a expressões de um passado recente – séculos XIX e XX, em que o catolicismo se zangou com a arte e vice-versa – ou à reprodução deslocada de ícones de séculos.
domingo, 9 de maio de 2010
Repara
Um segredo na palma da minha mão. Há segredos guardados no sotão, outros no coração, há segredos escondidos na algibeira outros na imaginação.
Mas para o segredo não ser do medo nem da assombração deves contá-lo aos teus íntimos ou transformá-lo em canção ou fazer dele cultura e acção não remorso ou ilusão.
Mas para o segredo não ser do medo nem da assombração deves contá-lo aos teus íntimos ou transformá-lo em canção ou fazer dele cultura e acção não remorso ou ilusão.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
O controverso Dr. Mabuse
Os caminhos tortuosos da advinhação tinham levado o inefável Dr. Amadeus Mabuse a um cul-de-sac sem precedentes na sua vida de vendedor da banha da cobra, leituras de mentes ligeiramente afectadas e quirologia adventista do sétimo dia. As crises sempre foram o seu ganha pão desde que se mudou para a calma do sul, bem como o seu poder quase divino para hipnotizar até um pacato marmorista de 2ª classe, mas agora é o diabo. Tudo se conjuga de forma avassaladora para o tramar: ele é licenças camarárias disto e daquilo; ele é queixas em tribunal deste e daquele e ainda por cima sem fundamento; ele é a moléstia que lhe anda a rondar a própria porta; ele é a intimação da ERC para lhe estorquir os direitos de autor de um pasquim de sucesso que o esmerado Mabuse editou nos idos de 80, sobre a melhor maneira de viver à sombra da bananeira; ele é o mecânico a telefonar todos os dias para lhe tirar a sucata do triciclo Casal que para lá abandonou quando comprou a sua Apezinha nova. Oh pá, vou terr que irr à brruxa! vociferou ele em tom ameaçador.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Limpeza a seco
Tosse seca, dores de cachola, espirros, noites atribuladas. Mas que caroço! invectivou para o vento fresco Balbino Peúga logo agora que tinha recebido uns tostões do IRS.
sábado, 1 de maio de 2010
Bota prá estrada Eládio
Era tempo de lutar por ideais mais carismáticos do que apenas a celebração clubística ou a sangüinia afeição por queijo de bola. Eládio Isidro estava determinado este ano a ir à concentração de vespas em Albufeira com um motivo candente em mente: artilhar com umas pinturas todas construtivistas a sua Ape 50 e preparar uns panfletos para angariar clientes para as Duas horas Ape 50 (O fim da macacada) no Autódromo Internacional de Portimão. Somos ou não o país do 8 ou 80? Já fomos dos 7 aos 77 na altura que havia BD a circular. Tudo muda meus caros.
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