quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A terapia de Müller e o contraditório


Porém, o que percebemos não é uma realidade objetiva, e sim o meu próprio existir diante do mundo englobando tanto os meus pensamentos quanto os meus sentimentos. É importante entender que percebemos o mundo físico, os sentimentos, as outras pessoas, as idéias, os valores, com “nossos olhos”, sob a nossa perspectiva, e que para cada situação dada existe outra “visada”, outra possibilidade de apreender aquela experiência, diferente ou além do que percebemos. Cada objeto, cada unidade de experiência e cada sujeito podem ser percebidos através de vários ângulos, perspectivas ou aspectos. Termos esta consciência faz com que a realidade se torne uma fonte interminável de novas descobertas, aguçando a nossa curiosidade. Pensar fenomenologicamente é estar consciente que sabemos o que percebemos, mas que pelas nossas limitações humanas estamos sempre no limite deste saber e na busca do desconhecido que se descortina a cada instante sob nossos olhos. Este é o olhar fenomenológico, um olhar para a novidade do outro, para o que se revela e que ainda não sabemos, para este vir-a-ser constante, sempre na fronteira do aqui-e-agora. A verdade do outro é sempre incompleta e interminável num processo de tornar-se.


http://www.mullergranzotto.com.br/muller_granzotto/producao_cientifica_artigos_det.php?codigo=17

Sem comentários: