sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Reabilitar por aí


Nos nossos dias, as cidades transformaram-se num tecido caótico em que o antigo se perde e o novo carece, quase sempre, de qualidade. Onde o desconforto, as agressões, a fealdade e a desordem são as notas dominantes.


Isto aparece-nos como uma maldição a que, em nome do progresso, não poderemos fugir. Mas onde está esse progresso? A cidade moderna torna mais felizes os seus habitantes, ou, ao contrário, será ela a nova cidade dos escravos?

Afrontam-se nela dois mundos: a cidade antiga e a urbanização moderna, a tradição urbana e as mutações técnicas. O segundo devora o primeiro. As construções novas tomam o lugar das antigas, destroçando os espaços organizados ao longo de séculos e instaurando a desorganização generalizada.

Os dois são necessários. Só que terão de conviver e não de lutar. Há que torná-los compatíveis, procurando os aspectos complementares pelos quais os dois tecidos se deverão enriquecer e proporcionar aos que os habitam o espaço para uma existência agradável.

O caminho é este: separar as duas realidades, guardando a cada uma o seu carácter. Separar, unindo, isto é, ligando-as através das redes técnicas e de circulação, permitindo-lhes a construção harmoniosa do organismo urbano do futuro.

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