quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

2 dias de silêncio


Depois de dias de festa, apressa-te. Depois de dias de sono, acorda uma noite. Depois destes tempos de amargas histórias, jogatana, e considerações sérias, devemos dar-nos 2 dias...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Milagre de Natal - pequeno post autobiográfico sentimentalista



É verdade, tenho abusado deste blog para despejar conteúdos de carácter autobiográfico e interesse duvidoso (muitas vezes, coisas que nao interessam nem ao menino Jesus, isto para usar o imaginário da época).

Não me posso comparar a Dickens, mas é certo que o Natal só recentemente é que adquiriu algum sentido.



Mais vale tarde que nunca é certo, e a prova é que até o pai natal, figura que não era muito simpática no passado, agora até atende aos meus pedidos.


Este ano, o senhor das barbas (neste caso, na pessoa da minha sogra e da minha mais-que-tudo) trouxe-me a há muito desejada máquina voadora que sempre quis. E o ano novo entra a voar na garagem. Obrigado!


A cântaros


Estimulado pelo espírito natalício Zé João Vinagre enfiou-se no tasco do careca e lá permaneceu até que a chuva espalhasse, se umas vezes era da chuva outras era do maravilhoso tintol de Relíquias ou outras ainda estava agarrado na jogatana de dominó. A reforma de ter estado na guerra em todas as frentes e ter sobrevivido faziam dele um compincha de estalo.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Wilde na Pedra Mourinha


Estamos todos na sarjeta, mas entre nós, alguns olham para as estrelas.

O caminho dos paradoxos é o caminho da verdade.

Os meus gostos são simples: prefiro o melhor de tudo.
Os bons terminam felizes; os maus, infelizes. Isto é o que se chama ficção.

Impetuosa fracção


Horácio Coelho estudava faz anos a filosofia de Schopenhauer quando tinha um tempinho depois da lida na quinta de uma amiga alemã lá para os lados de Sabóia.
Agora andava chamuscado com esta tirada :

É verdadeiramente incrível quão insignificante e despida de interesse, vista de fora, e que surda e obscura, sentida interiormente, decorre a vida da maior parte dos homens. Não é mais que tormentos, aspirações impotentes, andar vacilante de um homem que sonha através das quatro idades da vida até à morte com um cortejo de pensamentos triviais. Os homens parecem relógios a que se deu corda, um homem é gerado e entra no mundo, o relógio da vida humana recebe de novo corda para repetir mais uma vez o seu velho estribilho gasto de eterna caixa de música, frase, compasso por compasso, com variações apenas sensíveis.

Cada indivíduo, cada rosto humano e cada vida humana não são senão a mais, um sonho efémero do espírito da natureza, da vontade de viver persistente e obstinada, não são senão uma imagem fugitiva a mais que ela desenha brincando na sua página infinita do espaço e do tempo, que deixa subsistir alguns instantes de uma brevidade vertiginosa, e que imediatamente se apaga para dar lugar a outras. Contudo, e é esse o lado da vida que dá que pensar e que reflectir, é necessário que a vontade de viver, violenta e impetuosa, pague cada uma dessas imagens fugitivas, cada uma dessas vãs fantasias, a preço de dores profundas e sem fim, e com uma morte amarga, muito tempo temida e que chega enfim. Eis o motivo porque o aspecto de um cadáver nos torna repentinamente sérios. (135) - Arthur Schopenhauer, Misérias da Vida.

http://sites.google.com/site/coelhoelectrico/notas

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Gimme shelter


Oh, a storm is threat'ning, My very life today; If I don't get some shelter, Oh yeah, I'm gonna fade away

40 anos atrás os Stones fechavam os anos 60.
As tempestades estão aí na ordem do dia neste fim da primeira década da nova era, não era?

Esta foi catada encostada ao granito de Monchique, já com a carga toda apanhada, na madrugada da véspera de Natal. Mais uma Casal no Natal (vide ano transacto). Strongbow Jaggernaut in da area.
http://www.youtube.com/watch?v=LJMnES7WoT4

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Os Blues em Lagos



Blue moon, you saw me standin' alone

Without a dream in my heart, without a love of my own
Blue moon, you knew just what I was there for
You heard me sayin' a prayer for
Someone I really could care for
And then there suddenly appeared before me
The only one my arms will hold
I heard somebody whisper "please adore me"
And when I looked, the moon had turned to gold
Blue moon, now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own
And then there suddenly appeared before me
The only one my arms will ever hold
I heard somebody whisper "please adore me"
And when I looked, the moon had turned to gold
Blue moon, now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own
Blue moon, now I'm no longer alone
Without a dream in my heart
Without a love of my own

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

Efeito Borboleta nas imediações


http://pqpbach.opensadorselvagem.org/johann-sebastian-bach-1685-1750-sonatas-para-violino-e-cravo-completas/

Graciliano Cajuda, moço maduro de Vila do Bispo, há muito que vinha matutando no que diziam as caixinhas de minhoca, algo assim tão variado como a teoria do caos, as integrais de Bach e o efeito borboleta em nanocosmos, mas também não tinha bem a certeza se foi ali ou num dos livros do José Rodrigues dos Santos. O que é certo é que tinha a carga cheia e bumba deitou-a ao mar...
Azar do homem, andava ali um satélite da Greenpeace, foi denunciado e agora tem uma conta aberta nas finanças locais e já lhe querem penhorar a peniqueira da avó e obrigá-lo a pagar o IMI do seu T0.
Não há cu que aguente!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vô-me dar um passêo


Um grande homem não é aquele que tem sempre sucesso, mas aquele que nunca desiste.


Martim Descalzo
 
http://refoista.blogspot.com/

Barroco Oriental e sobressaltos



Domitilio Farias era um apaixonado pela arte, vivia obcecado pela imagem da Monalisa, era mesmo um coleccionador compulsivo de todos os artigos que encontrava aqui e ali. Tudo aconteceu por causa de um sonho que teve numa noite onde um terramoto lhe abanou a inenarrável existência, agarrou-se a esta espécie de premonição santificada como a tábua de salvação para a sua atribulada vida de escanção no restaurante chinês.


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Elixir lemuriano


Acrescentei ao meu trabalho um achado que proporciona a qualquer mortal um tratamento de deuses. Para poder entender melhor como funciona, vamos voltar na história da humanidade, a uma civilização que viveu há mais ou menos 75.000 anos.


Estou a falar dos Lemurianos, eles tinham o dom de conversar por telepatia, eram vegetarianos, gigantes com mais de 2 metros de altura e viviam debaixo da terra, suas casas eram verdadeiros túneis no monte Shasta ao norte da Califórnia, quando vistos na superfície, usavam túnicas brancas. O continente desapareceu, mas ainda existem resquícios deles no fundo do mar.

Lemúrias, uma terra esquecida, era abençoada por uma natureza rica e pela harmonia que proporcionava ao povo. Estes, aproveitando tudo o que terra oferecia, sabiamente utilizavam os recursos naturais em benefício próprio. Os rituais de beleza eram à base de óleos essenciais, podemos considerar como energéticos puros. Com essas combinações, é possível actuar nas três esferas do corpo humano: mental, físico e emocional.

Urbanidade & hobby


Por vezes ver com a mão os processos da imagem, adornar o que gostamos com um toque especial, ajudar a vida a ser mais qualquer coisa que a banalidade estéril, a boçalidade empertigada ou a parcimónia escofiante. Aqui ao lado esboroa-se o tempo, aqui dentro de mim um travo a secura sem retorno, uma mistura de medo com matizes de pouca coisa. Separação das águas, desgaste de uma civilização, hiato da orgia.

Pode o pensamento voltar a pensar? E o que é o pensamento? Pensar é uma forma de agudização, a forma mais intensa de discernimento, isto é de expressar um sentimento. Por isso, o pensamento e a linguagem que o expressa, embora objectivos, nunca são emocionalmente neutros. Já Kant dizia que quando se entregava a uma tarefa fazia-o todo o seu calor. E isso nos distingue dos répteis que são frios. Então pensar hoje com calor é discernir outras possibilidades para o mundo. Isto é, encontrar cesuras, fendas no pensamento totalitário que rege quer o politicamente correcto quer os fundamentalismos de todo o tipo que marcam a experiência contemporânea, aprisionando um pensamento que parece já não ser capaz de pensar emocionalmente o mundo, incapaz de retraçar as figuras que a história vai arquivando. Caídos na imanência dos dias que correm acomodamo-nos aos lugares fixos, somos cada vez mais espectadores indiferentes, contempladores insensíveis de um mundo sem remissão, de onde a política, contra todas as aparências, parece ter desertado. O primado da economia sobre tudo o resto é uma consequência do nihilismo moderno que aprisionou os homens no labirinto do mercado. O torvelinho da técnica, irmã da economia, tudo arrasta no seu vórtice, originando novas patologias de posição, desenraizadas, transitórias, etéreas. A política há muito que deixou de ser um caminho para a paz e a plenitude para se transformar numa estratégia guerreira de ascensão ao poder. O ambiente enlouqueceu perante a obscena indiferença do mundo. «Que fazer, [então], quando tudo arde?». Talvez «pôr o pensamento a pensar», desenhando mapas e contramapas do porvir do mundo.

http://oquecaidosdias.wordpress.com/

sábado, 12 de dezembro de 2009

Momentos de liberdade


Nos meus cadernos da escola

Na minha carteira nas árvores
Sobre a areia e sobre a neve
Escrevo o teu nome

Em todas as páginas lidas
Em todas as páginas em branco
Pedra sangue papel ou cinza
Escrevo o teu nome

Na selva e no deserto
Nos ninhos e nas giestas
Na memória da minha infância
Escrevo o teu nome

Em cada raio da aurora
Sobre o mar e sobre os barcos
Na montanha enlouquecida
Escrevo o teu nome

Na saúde recuperada
No perigo desaparecido
Na esperança sem lembranças
Escrevo o teu nome

E pelo poder de uma palavra
a minha vida recomeça
Eu renasci para conhecer-te
Para dizer o teu nome

Liberdade.

As muralhas de Jericho


o tempo tentou
agora tu e eu devemos completar o ciclo
a equidade não pode ser construída num só dia
para onde vamos depois disso?
dividirmo-nos é separarmo-nos
voltemos e comecemos de novo

para onde vamos depois disto?
toda a oportunidade está aí
onde padrões podem ser encontrados
porque a diferença é a que tu e eu fizermos
quebra essa regra - eu tento e tu tentas
a equidade não pode ser construída num só dia
seguirei com o tempo a meu lado
continuarei a tentar enquanto empurras o muro que nos divide
tu e eu