domingo, 26 de outubro de 2008

Balada da praia





Em tempo de castanhas o calor empurrado do magrebe engalana as areias de um tonto Portugal.
Mironesianos sem rumo, coleccionadores de singelezas e demoradas parcimónias.


Um casamento, um ciclone, e o regresso ao futuro


Ora mais uma vez, o Doutor Vasco Trindade, nosso mui estimado companheiro de armas e guerra, enviou-nos mais umas fotos das suas incursões pelos caminhos deste nosso belo, simples e sempre cheio de histórias Portugal.



Depois da aventura SETI em busca de vida extra-terrestre em Silvares, o nosso atento colaborador cruzou-se com este romântico casamento à tradicional maneira lusa...



Desejamos votos de prosperidade para o casal de noivos. Mas se o matrimónio falhar, há alternativas mesmo ali à mão. Lá na terra os litígios resolvem-se facilmente, em pouco tempo nos equipamentos sociais da freguesia, alías, estratégicamente bem próximos um do outro para facilitar as coisas...

As boas ou más notícias aqui circulam rapidamente. Quem precisa de correio electrónico?

Outra marca do tempo foi o grande ciclone de 15 de Fevereiro de 1941 que parou o relógio da torre da igreja.


Terá sido aqui que Robert Zemeckis se inspirou?


Caro Doutor Vasco, regresse sempre!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

1X2




Totobola 1 X 2
Recordando velhas glórias do futebol português, venho aqui falar do já retirado jogador croata Dragan Punisic, nascido a 1-3-1966 (portanto já fez 42 anos, parabéns, pá!), que jogou, entre outros, no Castellón, Farense e no Beira-Mar. Médio ofensivo, o verdadeiro número 10, neste último conjunto dava um toque de classe a uma equipa onde pontificavam jogadores como o robusto central Dinis, o carregador de piano Eusébio ou ainda o velocista das pernas tortas Dino.Mas a saída do croata de Aveiro é que é uma história rocambolesca. O Beira-Mar não ia bem na tabela (e acabou por descer nessa época) e Punisic foi durante a semana ao café mais perto do Estádio Mário Duarte, como ia muitas vezes, registar o totobola. Acontece que o Beira-Mar jogava em casa nesse domingo contra uma equipa do “seu” campeonato (agora não faço ideia qual, peço perdão… já foi há uns anos). Punisic apostou 2 nesse jogo. Foi o seu erro.O dono do café achou estranho e dirigiu-se ao Estádio para contar ao presidente o prognóstico do jogador, isto ainda antes do tempo de Mano Nunes. O jogador foi imediatamente suspenso de toda a actividade (o seu nome foi retirado da lista dos convocados para esse jogo) e iniciou-se um processo que culminou com o seu despedimento dias depois.Felizmente para o mundo do futebol, Punisic assinou pelo Farense para a época seguinte. E o Beira-Mar desceu.


O Farense esse quase desapareceu, talvez agora com uns milhõezitos da venda do S. Luis dê para levar o clube a jogar no dispendioso Estádio do Algarve...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Bela macaca


As delícias do turismo e da vista. Uma peça entusiasmente.

O avesso e o direito



O Avesso e o Direito é o primeiro livro de Albert Camus. Foi publicado ainda na Argélia, em 1937, com a tiragem muito discreta de 350 exemplares. Só em 1958, quando o autor já se tinha tornado uma celebridade, é que o livro seria reeditado, desta vez em França. E contudo, este livro impregna toda a restante obra de Camus. Estão aqui presentes o fascínio da luz e da felicidade, as primeiras suspeitas do absurdo («toda a absurda simplicidade do mundo»), os temas do silêncio, da mãe, da indiferença mas também do amor, que irão perpassar ao longo de todos os seus outros romances, e também de muitas das suas reflexões. A presente edição inclui também o Discurso que Camus proferiu em Dezembro de 1957, em Estocolmo, durante a cerimónia em que lhe foi entregue o prémio Nobel de literatura. É um texto que resume bem a sua concepção do ofício de escritor: este «não pode hoje pôr-se ao serviço daqueles que fazem a história; tem antes de servir aqueles que a sofrem.»
"Constatar o absurdo da vida não pode ser um fim, mas apenas um começo"
«Você sabe o que é o encanto? é ouvir um sim como resposta sem ter perguntado nada.»
«Os tristes têm duas razões para o ser: ignoram ou esperam»
“Eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza. Amo-a tanto,que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida.”
"Não há amor generoso senão aquele que se sabe ao mesmo tempo passageiro e singular"
«Um grande escritor sempre traz consigo o seu mundo e a sua prédica»
“Um destino não é uma punição.”
“Não há destino que não se transcenda pelo desprezo.”
“Há gente que é feita para viver e gente que é feita para amar.”
“O que é, com efeito, o homem absurdo? Aquele que, sem o negar, nada faz pelo eterno”.
A safadita foi abordada por Sam em Aljezur. Disse entredentes que não era árabe mas cristão-nova.

sábado, 18 de outubro de 2008

Walking in Lagos

















Temos o D. Sebastião, e quem sabe, se o Elvis não anda por aí...

Demis Russos ou Zorba, o grego?





Não temos dúvidas. Lagos é a cidade com a fauna mais eclética de todo o sul da península ibérica. São famosas as festas rave psicadélicas nas áreas rurais deste internacional concelho, aliás, habitadas por artistas, junkies, dealers, e renegados de todas as sociedades da Europa.
Todo o indíviduo com dificuldades de integração sente-se aqui em casa (incluindo nós próprios, quais cartas fora do baralho). De dia, parece que está tudo ressacado. Mas à parte dos esquisitos, os nativos são, regra geral, os algarvios mais simpáticos do Algarve.

A esquisitice é banal, e ninguém estranha. Ontem, depois de aviarmos dois jarros de tinto da D. Ermelinda de Palmela, cruzamo-nos com pescadores, jovens promessas do rock local, vendedores de conquilhas carismáticos, beldades, viúvas e até com o Demis Russos.

Ou seria Zorba, o grego?

Lagosland



Antes da reportagem completa um pequeno cheirinho de Lagos essa bonita cidade.
É por aqui concerteza...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

motozax, implacável nas cobranças e leituras dos contadores da água



Dizem que não há eficiência nos serviços públicos portugueses. Eu confirmo - não há. Quer dizer, deixem-me recapitular...

Quando a coisa mete dinheiro, vai tudo penhorado e não há pão para malucos.
É logo execução fiscal, cobrança coerciva, penhora de ordenados, bens, contas bancárias.
O povo aplaude embora sofra a maior parte destas medidas que arruinam vidas como se estivessemos na Somália, mas pronto, vota PS e PSD que está bem assim.

Voltando ao assunto que nos trouxe aqui...
Quero apresentar aos estimados contribuintes um exemplo de invulgar eficiência municipal.
Desde 1980 que esta Motozax trabalha nos serviços municipalizados da Câmara municipal de São Brás de Alportel.
O acessório no guiador é para transportar a burocracia relativa aos consumos de água dos municipes. Diz-me o fiscal que opera esta simpática máquina que um depósito de gasolina dá para o mês inteiro. Querem melhor poupança em tempos de crise?

No futuro, estará equipada com um computador magalhães a energia solar.

domingo, 12 de outubro de 2008

Mote e motas





Os Animais Carnívoros

I) Dava pelo nome muito estrangeiro de Amor, era preciso chamá-lo sem voz - difundia uma colorida multiplicação de mãos, e aparecia depois todo nu escutando-se a si mesmo, e fazia de estátua durante um parque inteiro, de repente voltava-se e acontecera um crime, os jornais diziam, ele vinha em estado completo de fotografia embriagada, desco-bria-se sangue, a vítima caminhava com uma pêra na mão, a boca estava impressa na doçura intransponível da pêra, e depois já se não sabia o que fazer, ele era belo muito, daquela espécie de beleza repentina e urgente, inspirava a mais terrível acção do louvor, mas vinha comer às nossas mãos, e bastava que tivéssemos muito silêncio para isso, e então os dias cruzavam-se uns pelos outros e no meio habitava uma montanha intensa, e mais tarde às noites trocavam-se e no meio o que existia agora era uma plantação de espelhos, o Amor aparecia e desaparecia em todos eles, e tínhamos de ficar imóveis e sem compreender, porque ele era uma criança assassina e andava pela terra com as suas camisas brancas abertas, as suas camisas negras e vermelhas todas desabotoadas.
Herberto Helder
Poesia Toda, 1979
Assírio & Alvim

Casino


A TOSS OF THE DICE
NEVER WHEN WELL EVEN LAUNCHED IN ETERNAL CIRCUMSTANCES OF THE BOTTOM OF A SHIPWRECK
MAYBE that the Abyss bleached furious slack under a slope planes wing hopelessly there his by advance fallen down of an evil to draw up the flight and covering the gushings crossing to the short-nap cloth the jumps very inside summarizes the shade hidden in the depth by this alternate sail until adapting to the scale its open depth as a hull of a leaning building of one or the other edge
The MASTER out of old calculations where the operation with the formerly inférant emerged age forgotten it empoignait the bar of this conflagration to its feet of the unanimous horizon that prepares agitates and mixes with the fist which étreindrait it like one threatens a destiny and the winds single Nombre which cannot be another Spirit to throw it in the storm in reployer division and to come to trust hesitate corpse by the isolated arm of the secrecy which it holds rather than to play as a maniac chenu the part in the name of the floods one invades the head runs out of subjected beard direct shipwreck that of the man without nave anywhere vain
ancestralement not to open not the hand contracted across the useless head legacy in disappearance with ambiguous somebody the later daemon immémorial having null regions induced the old man towards this supreme conjunction with the probability that its puerile shade cherished and polished and returned and washed softened by the wave and withdrawn from the hard bones lost between the boards born of one plays about the sea by the trying grandfather or the grandfather against the sea a oiseuse chance Fiançailles whose veil of illusion flashed back their obsession as well as the phantom of a gesture will stagger will lower madness WILL NOT ABOLISH
AS IF a simple insinuation with silence rolled up with irony or the precipitated mystery howled in some close swirl of hilarity and horror flies around the pit without strewing nor to flee and rocks some to it virgin index LIKE IF
plucks solitary éperdue except that the meeting or the effleure a hat of midnight and immobilizes with the velvet crumpled by esclaffement sinks this ridiculous rigid whiteness in opposition to the sky not to mark whoever exigžment too much bitter prince of the shelf is capped some like the heroic irresistible one but contained by its small virile reason in the lightning
concerned expiatoire and pubescent dumb man laughter that IF the lucid one and seigneuriale brush of giddiness to the invisible face scintillates then shade a dark nice stature upright in its torsion of siren the time of souffleter by impatient squames ultimate forked a rock false manor immediately evaporated in fogs which imposed a terminal ad infinitum
It WAS the NUMBER resulting stellar EXISTED IT differently than scattered hallucination of anguish COMMENÇÂT-IT AND CEASED IT sourdant that denied and close when finally appeared by some profusion spread in scarcity SE QUANTIFIED IT obviousness of the sum for little that one ILLUMINATED IT EC WOULD BE worse not more nor less indifferently but the Choit CHANCE the rhythmic feather suspense of the disaster to bury itself as much with original scums naguères from where started its is delirious to a summit faded by the identical neutrality of the pit
NOTHING the memorable crisis or was the event achieved for any human null result WILL HAVE TAKEN PLACE an ordinary rise pours the absence ONLY the PLACE lower unspecified lapping like dispersing the act empties abruptly which if not by its lie had founded perdition in these trimmings of vagueness in what any reality dissolves
EXCEPT with altitude PERHAPS also far a place amalgamates with with beyond out the interest as for him in general announced according to such obliqueness by such declivity of fires towards it must be so Northern North a cold CONSTELLATION of forgets and disuse not as much as it sidŽralement does not enumerate on some vacant and higher surface the successive clash of a total account in formation taking care doubting travelling shining and meditating before stopping at some last point which it crowns Very Pensée emits a Toss of the dice.
Mais um supermix para atordoar e preverter: Um grande poema do poeta Mallarmé traduzido (talvez à laia da porra) para inglês ver e motorizada de um vizinho que transporta peixe em grande estilo anti-ASAE. O Vai 5 também é isto uma espécie de trovoada caseira com chuva e relâmpagos.